7.2.11

quase

Ok. Já vou avisando que isso aqui não faz sentido, mesmo porque se fizesse não teria motivos pra escrever. Falo pra você que com certeza não irá me ouvir, pois vive em outro mundo e eu não o culpo por isso. Seria um completo idiota se exigisse certas atitudes suas que, ao menos por enquanto, não são necessárias pois poderiam estragar a minha idealização que demorei tantos anos pra construir.

Pois bem, nada é muito fácil por aqui, e dificilmente será. A gente custa a conhecer pessoas interessantes por aí, e muitas vezes quando elas parecem fáceis temos que suar a camisa pra que pelo menos percebam nossa existência. Então é de se admirar quando topamos com um cara inteligente, bonito, charmoso, ótimo gosto musical, pescoço convidativo e um jeito de que sabe fazer a coisa do jeito certo. E você pode ter certeza, eu suei a camisa. Não quero também contar vantagem e mostrar como sou merecer do prêmio desejado, mas é só uma constatação necessária.

O meu negócio é que adoro elogiar, chegar junto, falar pertinho, encostar, dar um abraço e pegar na mão. Quando eu gosto também é pra valer. Também adoro rir e beijar e trepar, fumar Marlboro com uma latinha de Sprite. E isso ficaria melhor com você.

Mas na verdade isso não lhe interessa, pois o que temos entre nós dois é tudo e nada ao mesmo tempo. Tudo o que poderia ser, nada porque pouco se realizou. Vendo pelo lado positivo, muito progresso foi feito, graças à odiada e conveniente tecnologia. Tudo muito asséptico, é verdade, mas não menos verdadeiro. Como as coisas ficam bonitas por aqui! Você não viu minha unha grande do dedão e eu não sei se você penteia o cabelo todo dia. Mas, quanta idiotice, isso é só uma desculpa que acabei de inventar pra mostrar que meu sentimento não é tão perfeito assim. Pois na prática a gente sabe, é quase tudo ao contrário.

Bem, isso já não fazia sentido no início, e talvez faça menos ainda agora. Você aí com seus amigos se diverte enquanto penso como seria bom tomar uma cerveja contigo e explorar seu cérebro. Mas, fazer o quê? A vida prega umas peças na gente, e às vezes me sinto num jogo de xadrez comandado por alguém com um sadismo irritante.

Não é muito o que peço, mas sei que é muito pedir você aqui. É um tanto desanimador perceber o quanto o espaço pode atrapalhar dois corpos unidos por desejos, vontades, sensações, sonhos, vontade de ter um cachorro e uma varanda. Talvez um dia realizemos isso com outras pessoas. Ficarei feliz por você, pode ter certeza.

E vou tentar até o fim não pensar em você quando trepar com outro, querendo na verdade somente sentir seu cheiro, beijar sua boca deliciosa, morder seu pescoço, dividir um cigarro contigo e contar bobagens na cama deitado no seu peito. Você me deu tudo e nada de uma só vez, e te agradeço por isso.

Eu vou tentar... vou tentar.