Mr. Matt Dillon,
quando receber esta carta estarei perto da sua casa, de você e do seu cheiro delicioso que muitas vezes me fez arrepiar como uma criança com medo do homem do saco. Eu sei disso porque te vi passeando outro dia no mall próximo à minha residência, e você me olhou e eu te olhei. Estava com um cigarro na boca e me pediu fogo, eu disse só se for agora. Você riu, coisa pouco comum, eu ri de volta, sentindo seu perfume misturado ao cheiro natural, vendo a perfeição e sutileza dos seus traços, a testa com algumas dobrinhas de expressão, os lábios e nariz pequenos, orelhas grandes e sobrancelhas grossas, olhos castanhos onde não se diferencia a pupila da íris.
Sim, Matt, eu vi você vestido num Armani casual, indo fazer umas comprinhas, tomar uma bebida enquanto esperava a nova namorada para um date. Aquele caso acabou, agora sua namorada sou eu, contente-se com isso, abra os olhos única e exclusivamente para mim. Os mais velhos não gostam de mais novos? Então, você com seus 45 anos é exatamente meu número, ouviu?
Seus pelinhos estrategicamente posicionados no tronco quase "normal", com poucos músculos à mostra, me fascinam desde a primeira vez que os vi na tv. Não acredite em músculos, por favor, eles não são boa companhia. Eu sim. Posso te fazer muito mais contente e feliz do que imagina, entrarei numa aula de boxe se for preciso, caso me queira mais musculoso. Só pra você, meu amor.
Não ligo pra barba mal feita, nem para os filmes ruins da sua carreira. Talvez aquele da Mary, ou Crash, ou Wild Things tenham sido seus melhores, em poucos foi o protagonista. Mas não importa, Matt, pra mim você sempre será o principal. Na hora do nosso banho, juntos, arrumo um pote de shampoo pra que possa fingir ser o Oscar.
E é isso. Viveremos nas montanhas de Hollywood, e se o dinheiro acabar a gente muda pra Nova Zelândia, próximo à praia, compramos um cachorro, um barquinho e vamos pescar. Por favor, querido, não se dispensa uma oportunidade dessas. Abra a porta que eu já estou aqui.
