13.10.10

o retorno

The canadian guy que adora Nicki Minaj estava num dos inferninhos da cidade no feriado, curtindo um som desacompanhado, quando lança o olhar pro lado, dentro do banheiro, e vê alguém que o interessa. O outro sai sem o ter notado, mas por uma concidência se esbarram no bar ao pedirem uma bebida qualquer. A conversa inicia com um assunto que, minutos depois, nenhum dos dois lembraria qual era. E lá pelas tantas o canadian guy diz de onde veio, pra que veio, há quanto tempo está em BH. O trabalho com internet realmente proporciona maravilhas. Praticando o inglês, am I being selfish? We should be speaking portuguese... Not at all. E enquanto aquela que não é hollaback girl cantava os dois se beijam, se amassam, trocam um pouco de suor, conversam sobre Queer as Folk, C.R.A.Z.Y., ursos polares, o preço dos aluguéis, praias e narcisismo. O que não é o choque cultural, minha gente, quando o brazilian guy fica sabendo que naquele país nórdico é prática comum let the guy cum in your face, já que aqui no Brasil isso é quase um atestado de que você é mesmo uma putinha. E também o é o active bottom, aquele passivo que faz todo o serviço em cima da pica e deixa o ativo, muitas vezes, abismado. Outra surpresa é saber que aqui nas terras tropicais se você sai de mãos dadas com outro cara é chamado de viadinho por quem passa de ônibus, coisa que lá em cima dá cadeia. Enfim, essas e outras diferenças contadas por quem as vive na pele nos faz sentir como uma subespécie de homos longe de virar borboleta. Passada a temática sexual, cujo interesse é partilhado por ambos, eles deixam acontecer o que vier, continuam a se agarrar e aproveitam pra pegar no pau um do outro na hora de ir ao banheiro. Tudo muito civilizadamente.