Como TODOS os trabalhos de David Lynch, o cineasta que você ama ou odeia, esse é inesquecível, seja pela estética, pela história ou pelas interpretações. É o bildungsroman do cinema (bildungskinema?). O vitaminado Kyle MacLachlan tá lindo e bobinho, mas quem rouba a cena são Dennis Hopper e Isabella Rossellini, geniais e doentios. Alguma coisa acontece no meu cérebro quando assisto a esse filme.
Já vi David Lynch pessoalmente, quando veio a BH em 2008. Havia escrito o livro "Em Águas Profundas", sobre meditação transcendental (meio repetitivo, porém com algumas ideias interessantes) e veio divulgá-lo. Guardo como relíquia, pois foi autografado pelo próprio. Conheci seu trabalho como diretor quando vi pela primeira vez Cidade dos Sonhos, em 2001, pra mim o seu melhor filme, que tem tantas, mas tantas explicações e detalhes (esclarecidas em sua maioria por esse ótimo texto) que você só tem a certeza de uma coisa: mesmo sem entender nada na primeira vez, os filmes de Lynch são inegavelmente grandes experiências cinematográficas.
