- algo assim, não sei explicar...
- tenta.
- é como se esperasse um acontecimento que mudaria por completo o rumo da minha vida.
- sei.
- um ponto sem retorno.
- ahã.
- o engraçado é não saber quando, nem como, nem onde.
- uma desgraça, talvez?
- sim, mas também uma felicidade incomensurável, sei lá, uma notícia boa, inesperada.
- totalmente alheia à sua vontade?
- claro! as surpresas não são assim?
- possivelmente. mas esperar por surpresas não é algo aconselhável, haha.
- eu sei. surpresas ruins e boas. no final das contas, todas provocam mudanças.
- será?
- não acredito no comodismo, devemos saber de nossas capacidades, podemos tornar nossa vida extra-ordinária.
- a partir do acaso, imagino...
- também. o acaso pode nos retirar da miséria.
- ahã.
- ainda há o perigo de, ao tentarmos sair da mesmice, voltar a ela.
- nessa hora é bom ter bom senso, certo?
- acho que sim. tudo é tão perto e tão longe, ao mesmo tempo. é preciso achar o ponto ótimo de observação, pra podermos agir.
- pra que as coisas não fiquem nem tão perto, nem tão longe, haha!
- pois é. quanta ironia. mas nascer, crescer e morrer não é tão esquisito?
- é sim, daí a vontade de 10 em cada 10 de se tornar influente, póstumo, não importa fazendo o quê. michael jackson ou einstein?
- realização, essa é a palavra. descobri recentemente que ela ajuda a gente a dormir sossegado.
- por quê?
- porque uma vida sem realizações não faz nenhum sentido – se é que você procura algum -; é bom sair, andar, olhar outras pessoas, alugar um filme, conversar, qualquer coisa. precisamos de testemunhas pra quase tudo...
- antes que o tempo nos destrua?
- certamente.