4.3.09

atrás

Não te conheço, acho que sei seu nome. Nada mais. Sentado lá no fundo, encostado na parede com um olhar cansado parece pensar em algo que não foi, em tudo o que queria, no momento desperdiçado. Conversa mais ou menos por obrigação, mas sabe da necessidade de se fazer agradável, para que não pensem o contrário. Quem se importa, se todos estão com as costas viradas pra você, dali pra frente é que tudo começa, pra acabar a poucos metros adiante.

Percebendo o jeito dos outros, você os olha e, no final das contas, vê a si mesmo. O que eles têm de diferente é possível investigar, mesmo sabendo da provável indiferença com que será tratado, afinal são meros conhecidos que não sabem seu nome.

Sai daí, estique o braço, caminhe por entre os outros, olhe sem medo de ser visto. Só assim eles saberão que você existe. Eu já estive aí, eu fui o primeiro a te perceber.