Não te conheço, acho que sei seu nome. Nada mais. Sentado lá no fundo, encostado na parede com um olhar cansado parece pensar em algo que não foi, em tudo o que queria, no momento desperdiçado. Conversa mais ou menos por obrigação, mas sabe da necessidade de se fazer agradável, para que não pensem o contrário. Quem se importa, se todos estão com as costas viradas pra você, dali pra frente é que tudo começa, pra acabar a poucos metros adiante.
Percebendo o jeito dos outros, você os olha e, no final das contas, vê a si mesmo. O que eles têm de diferente é possível investigar, mesmo sabendo da provável indiferença com que será tratado, afinal são meros conhecidos que não sabem seu nome.
Sai daí, estique o braço, caminhe por entre os outros, olhe sem medo de ser visto. Só assim eles saberão que você existe. Eu já estive aí, eu fui o primeiro a te perceber.