19.3.09

aos que importam

Opinião todo mundo tem. Sobre tudo. Inclusive gente.

A coisa mais fácil é ter opinião sobre alguma coisa, é quase como respirar, exige muito pouco esforço. Você fala, fala, fala, gasta saliva, tempo, ocupa quem está ouvindo. O problema é que a maioria das opiniões existentes no mundo não deveria ter peso sobre as coisas, mas infelizmente têm. Sabendo que quase todas são transitórias, depois de um ano não são as mesmas, tal fato não deveria ocorrer.

Ouvir algo sobre você pode ser ruim ou bom. Os comentários bons a gente tem a tendência em aceitar tranquilamente. Os ruins tentamos descartar num primeiro momento. Entretanto, mais importante do que considerá-los, é saber de onde eles vêm, já que a todo momento somos bombardeados por opiniões ou comentários que teoricamente nos dizem respeito. Provável solução: utilizar um filtro, o seu, que você cria, tipo aqueles das aulas de ciências, pra separar óleo, água e areia.

Não dá, é simplesmente impossível apreender tudo o que as pessoas pensam sobre você, seu grupo social, sua maneira de agir o mundo, comportamento sexual, etc, caso não exista uma maquininha que separe logo de cara o interessante / o descartável. Quer ficar doido? Tente agradar a todos. Evitemos desgastes.

Infelizmente algumas pessoas com as quais temos que conviver obrigatoriamente tornam-se, com o tempo, completamente descartáveis, indiferentes a nós. Logo, a opinião delas também segue o mesmo caminho. Ou melhor, elas tornam-se descartáveis depois que abrem a boca: as pessoas são legais até que elas se mostrem o contrário. E mais cedo ou mais tarde isso acaba ocorrendo. É preciso saber o quanto antes quem vale a pena e quem não vale na nossa vida, os importantes e os coadjuvantes. Daí logo que a pessoa emita uma opinião, comentário, piadinha a respeito de algo que te afeta totalmente, acerta no coração, você diz pra si: querido, ainda bem que esse seu pensamento não me interessa. Nem vou tentar te convencer do contrário, prefiro que continue a pensar assim porque pra mim tanto faz. Gelidamente, seguimos em frente.

Situações exatamente opostas também ocorrem, claro. Existem aquelas pessoas que a gente conhece e adora, nas quais pensamos nos momentos chatos, cuja opinião vale mais do que 100 críticas ou piadinhas negativas. Nossos gurus. As que sabem fazer a gente se sentir bem sem nenhum esforço, com um sorriso, uma frase, algo interessante, um aperto de mão ou abraço. Aquelas com as quais você conversa 5 minutos no final do dia e salva todo o resto. 1 em 100. Pronto, não precisa mais nada. Essas sim, ajudam no nosso crescimento pessoal e espiritual, trazem coisas boas ou ruins que nos complementam. Não importa o que elas dizem, elas simplesmente IMPORTAM. Podem dizer o que querem sem nos magoar, a gente percebe pelo olhar, pela voz, pelo jeito que estão sendo elas mesmas, e querem que a gente seja nós mesmos, parecem dizer não viva uma vida de outra pessoa.

Apesar de no início ser difícil e cruel separar o que vale a pena levar pra casa do que não vale (bom seria se todos nascessem com uma plaquinha de 'possível amigo' / 'total indiferença'...) a gente se acostuma, passa até a viver melhor nessa "apatia estoica", segue em frente sem olhar pra trás. Nessas horas um pouquinho de amor próprio não faz mal.