10.3.09

deixa pra lá




Mediando o debate, chegou a conclusão de que não existe conclusão. As pessoas não mudam facilmente, nem porque você quer ou o mundo já disse. Exponha seu ponto de vista. Converse, desenhe, faça folhetos explicativos, mímicas. O trabalho era inútil, enganava os outros, não a si.

Ele pára, pensa, prossegue com seus preconceitos. O outro diz que é preciso se livrar deles, mas fecha o vidro do carro quando vê alguém estranho. Hoje tá difícil até de ter preconceito. De fumar. De trepar sem camisinha. De beber. E a "filosofia de vida"? MÓ-RRREU. Ele diz que tenta melhorar, mas sabe que é mais confortável manter certas coisas atrás da névoa de gelo seco, aquela coisa bem cafona e gay. Posso?, suspira. Vê com muita esperteza a moralidade da imprensa, na hora que denuncia o homem carregando as criança no banco de trás sem o cinto. É moralidade pra todo lado, cada um metendo o dedo na cara do outro... Quero morar no meu castelinho, como Montaigne, jogar comida pros jacarés lá da torre. Se não der, vai uma cobertura mesmo.

O que está do lado pode ficar a quilômetros de distância, mesmo. A experiência como aquilo que nos passa, e não o que se passa, esse era seu lema.